5 dicas para uma viagem de navio
É aquela época do ano… muita comilança, muito tempo de folga, muito pôr-do-sol no mar… sim, é temporada de cruzeiros no Brasil! Todo ano, de meados de novembro até abril, portos brasileiros recebem navios que cruzaram o Atlântico (ou o Pacífico) para passar um tempo por aqui. Segundo a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), sete navios passarão pelos pelo Brasil na temporada 2018/2019. Isso sem contar as opções de cruzeiro em outros países sul-americanos.
Um dos fins de tarde em alto mar ao longo da costa chilena. 
Passar as férias em um navio tem muitos pontos positivos. Dá para conhecer mais de uma cidade em uma só viagem, não precisa ficar trocando de hotel, nem se preocupar com onde comer. É um orçamento fácil de planejar e tem muita atividade a bordo. Por outro lado, tem algumas particularidades tipo o enjôo, como pegar fila para descer nos portos ou passar mais de um dia sem sair do navio. Se você está pensando em fazer um cruzeiro, eis algumas dicas para te ajudar a planejar.
1. Existem muitos tipos diferentes
A maioria dos cruzeiros é bem parecida: alguns restaurantes variados inclusos na tarifa, outros que você paga à parte; um (ou mais) jantares formais; baladinha à bordo; piscina; e por aí vai. Mas existem cruzeiros de aventura. Outros são menos formais e não tem o jantar com o comandante. Tem os atraentes cruzeiros pelo Caribe e pelo litoral brasileiro. Mas tem também rotas famosas pelo Alasca e pelos fjords noruegueses. Então, se você achava que cruzeiro tinha que ter clima de praia-piscina-balada, fica a dica que existem muitos destinos alternativos e interessantes.
2. Comece por um trajeto curto
Eu adoro o mar, estava super empolgada para o cruzeiro e não tenho nenhum problema em passar meu dia de férias lendo no bar do navio. Mas comecei logo com uma viagem de quinze dias pela Patagônia, que inclui mais de um dia sem parar em nenhum porto – e dois dias seguidos em alto mar. Tanto tempo sem descer do navio pode não te atrair. A boa notícia é que existem muitos trajetos na costa do Brasil que duram menos de uma semana. Que tal começar com um desses?
3. Cabines no meio do navio sacodem menos
Sabe aquela suíte maravilhosa, com varanda, vista para o mar e nada mais? Sacode muito. A tripulação me contou que a parte central do navio é mais estável do que a popa (a parte de trás) e a proa (a parte da frente). Também vale estudar os preços das cabines externas e internas.
As externas (que tem janela ou varanda) são mais caras do que as ficam no parte de dentro do navio. Existem também as com “vista parcial”. Isso quer dizer, em geral, que tem janela, mas tem algo do lado de fora, como algum dos barcos de apoio (chamados tenders).
No Norwegian Sun, da Norwegian Cruise Line, que faz o trajeto pela Patagônia, por exemplo, a vista era parcial porque, entre a janela e a lateral do navio, tinha uma pista de caminhada.
4. Pesquise pacotes e possíveis gastos extras
É muito fácil planejar os gastos para uma viagem de navio. Afinal, em um só preço, está incluso quarto, alimentação e bebidas não-alcoólicas. Adicione o custo de ir e voltar do porto (o meu cruzeiro saiu de Valparaíso, no Chile), e leve um pouco de dinheiro para gastar nas cidades onde vai parar, e pronto. Eu me planejei para fazer as refeições sempre à bordo, e aí sobrou dinheiro para fazer os passeios em terra (tipo ir até o Parque Nacional Tierra del Fuego).
É importante ficar de olho no preço da cabine. Como elas costumam ser duplas, se você viajar sozinho, vai pagar, pelo menos, um adicional para ficar com a cabine só para você. Se a sua tarifa não incluir bebidas alcoólicas, é possível adicionar um pacote de bebidas, para não se preocupar com esse gasto durante a viagem. E vale lembrar que as companhias podem cobrar uma “taxa de serviço” fixa a ser paga a bordo, que é tipo uma gorjeta fechada para todos os garçons e atendentes do navio.
5. Prepare-se para um mochilão “à la caramujo”
A melhor parte do cruzeiro para mim foi conhecer várias cidades em uma só viagem. Ou seja, não tinha que ficar arrumando a mala, indo para o aeroporto, fazendo check-in em hotel… O quarto era meu por quinze dias e nove cidades. Mas também tive que fazer uma mala que fosse do calor de Santiago até o frio de Ushuaia (foi mal, Marina, mas não consegui viajar só com mala de mão dessa vez…).
Além disso, como passei por águas internacionais e fui até Falkland Islands, precisei levar o passaporte. Quem ficou responsável pelo meu passaporte, aliás, foi a tripulação, que cuidava dos documentos de imigração nas trocas de países. Mas tinha que ficar atento aos papéis que tínhamos que deixar preenchidos nas noites que trocávamos de país. Além disso, em um cruzeiro, sua única opção de tratamento médico é o do próprio navio. Ou seja, é importante fazer seguro de saúde, como em todas as viagens, para cobrir qualquer gasto que surgir.
Mesmo com todos os meus erros de principiante tipo achar que eu não ia passar mal, eu adorei o esquema de férias em cruzeiros. Gostei dos restaurantes, de “viajar no hotel” e, principalmente, dos fins de tarde em alto mar. Tem lugares que só dá para conhecer a bordo de um navio e perspectivas que só o oceano proporciona mesmo.
Oi Rachel! No caso do dinheiro a ser levado, tem que ser em dólares ou moeda local ?
Na sua opinião, esse é um tipo de viagem bom para se fazer sozinha?
Curti muito o post! 😉
Oi Katiuscya! Obrigada pelo seu comentário!
A moeda a bordo dos navios costuma ser o dólar dos EUA, exceto na Europa, onde também pode ser o euro. Mas hoje em dia, eles funcionam como um hotel: no check-in, você deixa seu cartão de crédito internacional ou faz um depósito em dinheiro. Se fizer algum gasto durante o cruzeiro, você passa o cartão/chave do quarto e eles lançam na sua conta. Aí, no check-out, você acerta tudo e pode ser em cartão ou (para nós, brasileiros, evitarmos o IOF) em dinheiro.
Além de dólar, é bom levar um pouco de moeda local para tomar um café nas paradas ou se quiser fazer alguma compra. Quando eu embarquei no Chile, troquei dinheiro na cidade antes de embarcar para gastar nos portos chilenos. Já na parada rápida em Falkland Islands, eu fiz uma compra em dólar e peguei troco em libras para gastar no mercado. Nem todos os navios tem câmbio a bordo, então melhor não contar com isso.
Quanto a viajar sozinha, depende do seu estilo. Eu gosto de viajar sozinha, então faria um cruzeiro sem problemas. Você acaba conhecendo gente na hora de dividir mesa no restaurante, ou durante uma excursão em terra. Mas lembre-se que as cabines são duplas, então talvez você tenha que pagar por duas pessoas, mesmo se estiver sozinha.
Eu que agradeço! 😉
Oi Rachel….. Vc falou sobre seguro de saúde… Porque às vezes (sempre) a gente acha que não vai precisar… Mas vc pagou? Valeu a pena? Foi mto caro?
Oi Selma!
Realmente, a gente sempre acha que não vai precisar, mas não vale a pena correr o risco de viajar sem seguro. Nos países da Europa, pode ser necessário apresentar comprovante de seguro para conseguir passar na imigração, mesmo se você for só entrar no país para embarcar no cruzeiro. Nos Estados Unidos, uma consulta simples em uma clínica pode custar $400 dólares (caso real de uma amiga). Imagina se tiver que ir para um hospital?
Eu fiz uma pesquisa simples para te responder sobre preços. Pelo que vi, um seguro para uma viagem de dez dias na América do Sul está em torno de R$ 250 e para os EUA, uns R$ 300, por exemplo. O valor depende do destino, da duração da viagem e da cobertura. É importante checar se o seguro vale para viagens marítimas, porque nesses casos, tem que incluir a opção de reembolso, já que não dá para ir para uma clínica indicada pela seguradora.
Já cheguei a contratar seguro para viagens mais de uma vez, mas recentemente, tenho usado o do cartão de crédito, que oferece uma cobertura razoável caso compre a passagem aérea com eles. Eu liguei para a operadora do cartão para garantir que valeria em viagens marítimas e, quando me confirmaram, eu economizei esse dinheiro. Mas se o cartão não oferecesse esse seguro, eu teria dado um jeito de encaixar no orçamento.
Estamos aqui para conversar! Se puder ajudar com mais alguma questão, é só nos escrever!
Oi Selma, sempre fiz o seguro saúde pensando q não ia precisar. Mas na nossa viagem de julho/19, em Santiago, tive uma sinusite/faringite repentina com febre alta e passei uma tarde no hospital. A conta ficou em R$3.000 e o seguro pagou tudo.
E uma colega nossa , há alguns anos, teve apendicite na Disney…foi uma grana, se não tivessem o seguro ia ser bem complicado.
A partir desse ano meu pensamento será outro na hora de pagar o seguro saúde…hehehehe. Imprevisto ruins acontecem, infelizmente!
Boas viagens pra todos nós. Beijos.
E valeu mesmo as dicas.. é sempre bom ter com quem falar sobre este tipo de viagem. Nunca fiz…mas ando pensando bastante em fazer…e obrigada
Olá, você chegou a passar mau no navio, usou o seguro saúde, qual a dica pra evitar os enjoos fora tomar remédio, tem algum truque natural?
Oi Donni!
Eu fiquei meio enjoada na primeira noite, pois ainda estava me acostumando ao balanço da minha cabine na parte da frente do navio. Acordei um pouco mal, mas até o almoço, já tinha passado. Eu evitei alimentos que eu sei que pesam no meu estômago, além de comidas muito gordurosas, e aproveitei para tomar chás nos lanches da tarde. Já ouvi que maçã é uma boa opção em caso de enjôo, mas não achei nenhuma informação médica sobre isso.
A recepção do navio tinha remédios antieméticos para quem precisasse. Mas eu acabei não precisando tomar nada, nem passar no médico.
Tem gente que é mais sensível, então é bom já saber qual remédio funciona ou perguntar para um médico o que você pode tomar caso precise, para já levar com você (é o que faço com outros remédios). Na dúvida, dá para experimentar um cruzeiro mais curto na primeira viagem antes de se comprometer com 15 dias a bordo.
Felizmente, nunca precisei usar o seguro viagem, mas nunca viajo sem.