Viajão

Não é exagero dizer que o Grand Canyon National Park está no alto da lista de cenários naturais mais incríveis que eu já vi. E, se a aurora boreal pode ser tímida de vez em quando, os cânions estão lá, só esperando para serem admirados. Se tiver a chance de incluir no seu roteiro pelos EUA, não tenha dúvidas de que você vai se encantar pelo Grand Canyon. 

Sobre o Grand Canyon National Park

O Parque Nacional do Grand Canyon fica no Arizona, em uma área de quase 5 mil quilômetros quadrados, que inclui mais de 400 km do trajeto do rio Colorado. O cânion em si tem 1,6 km de profundidade (sim, a unidade é essa mesma) e uma extensão de cerca de 29 km. E os números impressionantes não param por aí.

O Grand Canyon foi formado pela erosão do rio Colorado, cujo traçado data de seis milhões de anos atrás. O que é jovem perto de algumas formações rochosas, que têm cerca de 270 milhões de anos, segundo o Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos, responsável pela área. 

São três principais áreas ao redor dos cânions: Norte/North, Sul/South e Oeste/West. North Rim e South Rim ficam dentro do parque nacional, enquanto a parte West é administrada pela tribo Hualapai. Todas são lindas, mas qual a melhor para a sua visita depende da sua rota e das atividades que você quer fazer durante a visita.

Ingressos

Para quem estiver planejando a visita por conta própria, os valores de acesso ao parque (North ou South Rim) são de 35 dólares por veículo (vale para todos os ocupantes, para entradas por sete dias). Para quem chega “a pé” (de bicicleta, shuttle, trem ou passeios de barco), o valor é de 20 dólares por pessoa. Crianças e adolescentes até 15 anos não pagam. (Valores de maio de 2021)

Se você reservar um tour, em geral, o ingresso está incluso. Mas vale perguntar na hora que agendar o passeio.

No West Rim, o ingresso custa 45 dólares. Além disso, com um adicional de 23 dólares, é possível adicionar a entrada ao famoso Skywalk – uma passarela de vidro que se estende para além da borda do cânion, 219 metros distantes do chão, num ponto em que a profundidade total do cânion é de aproximadamente 1.200 metros. (Ou seja, vale para quem encarou os 310 metros de altura do chão de vidro do MahaNakhon, em Bangkok).

Hospedagem

Por causa da (relativa) proximidade com Las Vegas, muitas pessoas incluem a visita ao Grand Canyon ou saindo de Vegas ou em um passeio de um dia (como eu conto daqui a pouco). Eu fiz esse bate-e-volta e adianto que é bem puxado. Mas ter a chance de ver aquela paisagem, mesmo se por algumas horas, valeu a pena. Porém, eu sonho em voltar e passar alguns dias com aquele cenário ao amanhecer e anoitecer. Então, se puder incluir uma parada mais longa por lá, vale se programar.

As áreas mais visitadas são o West Rim e o South Rim, ambas com opções de hospedagem em vilarejos dentro da área dos cânions. Mas é importante reservar com bastante antecedência, porque costumam lotar com facilidade. Aliás, dependendo da hospedagem, pode estar totalmente reservada um ano antes. Outras opções são nos arredores da Grand Canyon Village, em especial, em Tusayan, que fica a cerca de 11 km de distância. A cidade “grande” mais próxima é Flagstaff, ainda no Arizona. E, se for seu estilo, tem também áreas de camping e estacionamentos de motorhomes. Nesses casos, a reserva também é necessária – e mais importante ainda, já que há regras para circulação noturna no parque.

Enquanto as regiões oeste e sul ficam abertas o ano inteiro, só se pode visitar o North Rim em certos meses do ano. Em 2021, por exemplo, a área estará funcionando entre 15 de maio e 31 de outubro.

No momento de publicação desse texto, há regras em vigor por causa da pandemia de Covid-19, como limite de visitantes e fechamentos temporários. Sempre consulte o site oficial antes de programar sua viagem.

Melhor época para visitar

As temperaturas variam na região do Grand Canyon tanto com a época do ano, quanto com a altitude. Pode ficar quente no verão, e mais cheio, por causa das férias escolares. No inverno, a procura é menor, mas prepare-se para temperaturas mais baixas – e até tempestades de neve. Primavera e outono do hemisfério norte acabam sendo as melhores épocas, tanto em relação ao clima, quanto à lotação. Eu estive por lá em setembro e a temperatura estava super agradável para a caminhada pela trilha de mirantes, com uns ventos frios de vez em quando. Leve um moletom e aproveite o passeio!

Atividades

A principal atividade no Grand Canyon são as trilhas. A mais famosa é a Bright Angel Trail, que também é bastante longa. Mas qualquer que seja o trajeto que você escolher, cheque nas centrais de informação aos visitantes quais são as distâncias. Se você tiver apenas um dia por lá, pode ter que fazer apenas uma parte da trilha. Ou, para fazer a trilha completa, precisa de pernoites reservadas pelo caminho.

Tem várias atividades no rio Colorado também. Passeios em barcos motorizados, rafting, pesca… Tem excursões de vários dias pelo trajeto todo e também passeios de algumas horas.

Uma outra opção de passeio nos cânions é de… helicóptero. Isso mesmo. Dá pra fazer um passeio a bordo de um helicóptero entre as paredes do cânion. Tem saídas de perto do Grand Canyon ou como uma opção mais “rápida” para passeio de um dia a partir de Las Vegas. Uma amiga me disse que é sensacional. Mas nós tivemos que deixar para uma próxima. Até hoje, não achei nenhum que custasse menos de 200 dólares. No West Rim, um passeio que inclui helicóptero e barco custa a partir de 274 dólares por pessoa.

Passeio de um dia

Infelizmente, nem sempre a gente consegue fazer o roteiro ideal e aí, ficam as escolhas: fazer um passeio de um dia para o Grand Canyon a partir de Las Vegas ou não? Olha, não vou negar: ou vai ser puxado, ou vai ser caro, e de qualquer jeito, vai ser corrido. Mas eu não me arrependo do passeio pela chance ver aquela paisagem.

Além de fazer o seu próprio bate-e-volta de carro, você pode reservar tours. As principais modalidades são: de avião (sobrevoo ou pouso), helicóptero ou ônibus. E, por questões orçamentárias e de agenda, fizemos o passeio de ônibus.

Custou cerca de 75 dólares. E foi um dia inteiro bem turista – umas 14 horas desde a saída do hotel até o retorno, mas dessas, somente 3 foram passadas caminhando no entorno do Grand Canyon. As demais foram em mirantes a partir do ônibus, e alguns “pontos de interesse” pelo caminho. De Las Vegas até o South Rim, que foi onde eu estive, são cerca de 4 horas. Ou seja, nós passamos mais da metade do dia no ônibus.

Sendo bem honesta, eu fico muito dividida em dizer se vale a pena esse passeio ligeiro ou não. Por ser um passeio de dia todo – repito: 14 horas! – eu já tinha deixado de fazê-lo numa ida anterior a Vegas. Ao mesmo tempo, depois que eu pisei na trilha pela primeira vez, eu pensei: “todo mundo merecia ver essa paisagem uma vez na vida”. Então eu não me arrependo, mas esteja preparado para comer um lanchinho de almoço e dormir tortamente na poltrona do ônibus. Se der para dormir na região, com certeza, você irá aproveitar melhor esse lugar, que é simplesmente de tirar o fôlego.