Desde 2015, quando fiz minha primeira viagem para a Ásia, combinamos (eu, Xóia e qualquer outro amigo que queira se juntar a nós!) de viajar só com a mala de mão. E não estou falando de viagens de final de semana, hein? Já fiz três viagens de um mês cada, todas para Ásia, apenas com minha mala de bordo, e deu tudo certo. Como esse é um assunto que gera muitas dúvidas e comentários, vou dividir minhas dicas com vocês por aqui.

Como viajar só com mala de mão?

#1 Escolha sua bagagem

Tem gente que prefere mochila – o Xóia, por exemplo, leva. Rachel e Anizelli, que também já foram pra Ásia conosco, também. Eu não gosto. Prefiro a minha mala de rodinha. Isso é uma questão pessoal, depende do seu gosto e preferência. Só é importante que a bagagem escolhida não ultrapasse as dimensões estipuladas pelas companhias aéreas. Cada companhia tem os seus limites e é bom consultar quais são no site de cada uma. 

Essas foram as bagagens que levei para essa viagem de 2018.

Eu vou sempre com uma mala de rodinha da Kipling, que escolhi por ser muito leve (1,3 kg) e muito resistente. Ela tem 36x18x45 cm. Não tenho a menor ideia de quantos voos já peguei com ela, nunca ninguém implicou com o tamanho e nunca precisei despachar (o que por vezes acontece com quem viaja de mochila). 

Em tempo: todas as viagens que fiz assim foram para a Ásia. Sei que na Europa pode ser mais difícil – algumas companhias como Ryanair restrigem muito as bagagens permitidas à bordo. É bom sempre pesquisar antes de comprar.

Levo também uma mochila pequena (que não é para mochilão), que é a mesma que vou usar no dia a dia durante a viagem. É onde levo minha câmera e eletrônicos em geral. Levo ainda mais uma bolsa pequena que uso para sair à noite ou nos dias que saio sem a câmera grande. 

#2 Faça boas escolhas

É importante monitorar antes a temperatura e os costumes culturais dos locais pelos quais você vai passar. No meu caso, eram todos lugares onde faz muito calor. Só que nos templos budistas, por exemplo, não é permitido deixar ombros, costas ou pernas (acima do joelho) à mostra. Para contornar, levo um lenço ou canga que posso amarrar por cima da roupa. Na Índia, mulheres não costumam usar roupas curtas, então levei calças de tecido leve e cores neutras.

A mochila que usei quase todos os dias da viagem. É da Cutterman – gostei muito da escolha. 

Leve só coisas que você usa mesmo no seu dia a dia. Em geral, levo peças para uns dez dias de viagem. Nesse caso, foram duas calças, uma saia longa, três shorts, umas 10 blusas/camisetas, dois biquinis, uma jaqueta (já fui vestida com ela), um tênis (também já fui com ele), um chinelo, uma alpargata e é basicamente isso aí. Se fosse novamente pra Índia, provavelmente levaria mais uma ou duas calças no lugar da saia – uma peça que não uso no dia a dia e por isso também não usei lá (foi só um dia e olha lá). 

#3 Lave roupa!

Bom, se a viagem dura 30 dias e eu levo peças para mais ou menos dez, a conta não dá muito certo, né? Viajar com pouca bagagem é mandar as roupas para a lavanderia com frequência. Em muitos países (Tailândia, por exemplo), você encontra lavanderias facilmente nas ruas e o serviço é barato (1 kg de roupa dá mais ou menos R$ 4). Em outros, é preciso mandar lavar nos hotéis mesmo, como fizemos na Índia. 

#4 Nécessaire compacta

As regras para voos internacionais indicam que todos os líquidos que você for levar venham em embalagens de até 100 ml. Logo, levo só produtos em miniatura e priorizo produtos sólidos. Shampoo e sabonete, por exemplo, só levo assim. Para quem quiser ver tudo o que eu levei, eu mostro no vídeo aqui embaixo:

#5 Desapegue!

Eu recebo muitas mensagens de gente que diz “ahh jamais conseguiria, preciso levar todo meu guarda-roupas”,  “preciso de 15 sapatos”, “mas não leva nem uma paleta de sombras?”. E como sempre respondo: viajar dessa forma, com pouca bagagem, é uma escolha. Ninguém é obrigado, cada um viaja da forma que preferir. Dependendo da situação ou local, acho que também não conseguiria. 

Mas desapegar um pouco do material e focar em outras coisas é uma coisa muito libertadora. Você vê que precisa de pouco para viver. Que é mais fácil voar (no sentido literal e no sentido poético também) não tendo dois pesos de 23 kgs te puxando feito uma âncora. Que as experiências que você tem, as memórias que cria, os momentos que vive, os sabores que experimenta são coisas que ninguém te tira. E que valem bem mais do que as lembrancinhas compradas para toda a família (e que depois até acabam esquecidas). 

Mas por que viajar só com mala de mão?

  • Sua mala estará sempre contigo, você não corre o risco da companhia perdê-la.
  • Você não precisa perder tempo esperando a mala passar na esteira quando você chega.
A melhor forma de se locomover na Índia é de tuktuk – já pensou tentar colocar duas malas de 23 kgs aí? 
  • Não interessa se você gosta de destinos exóticos ou de grandes cidades, malas enormes são sempre um incômodo – seja para subir escadas do metrô de Paris, seja para entrar num barco em Bali. 
  • Em muitas companhias aéreas, as passagens sem bagagem despachada custam bem menos.