Viajão

Hoje começa a nova temporada da NFL! Dallas Cowboys contra Tampa Bay Buccaneers (o atual time do Tom Brady)! E eu tenho uma confissão a fazer: eu adoro assistir ao Super Bowl, mas raramente consigo acompanhar direito os jogos. Mas quando comecei a planejar a road trip pelos EUA com um casal de amigos (com quem sempre festejo o Super Bowl, diga-se de passagem), surgiu a ideia: vamos ver uma partida de futebol americano?

Fomos assistir San Francisco 49ers vs. Green Bay Packers. Tinha tudo para ser um super jogo! E apesar do baixo placar, foi muito legal! Aliás, eventos esportivos são muito procurados por turistas visitando os EUA, como partidas de basquete e de baseball. A NBA é um super show, a MLB é um evento super para famílias… e a NFL? Bom, minha experiência foi um pouco de cada. Um clima super leve e legal, mas também com fogos de artifício e concerto no intervalo. E uma experiência para repetir.

Como comprar ingresso para a NFL

Nós compramos o ingresso do Brasil mesmo, pelo site da Ticketmaster, que é parceira oficial indicada na programação da NFL. Nesse canal de venda, tem tanto a venda de ingressos quando a revenda oficial (em que pessoas ofertam as entradas que compraram pelo sistema). Por isso, tem o preço base do ingresso e valores diferentes para o mesmo setor. E é importante checar sempre qual o tipo que você está de olho. Do que encontrei nas pesquisas, em geral, são pessoas com passes anuais que revendem a entrada para certos jogos do time. Há outras plataformas de revenda de ingressos muito comuns nos EUA, como o StubHub, mas nunca comprei nesses sites (embora tenha visto muitas pessoas usando em filas de shows). Portanto, só posso falar sobre o sistema da Ticketmaster: já comprei ingresso para eventos nos EUA e na Inglaterra e não tive problemas por ter comprado do Brasil.

No passado, lembro de ser bem mais confuso, com cada time tendo uma parte dos ingressos para vender e confesso que nunca entendi direito. Ainda bem que simplificaram o processo! Uma vez comprado o ingresso, você imprime e leva para apresentar na entrada. Os assentos são numerados e não há setor específico para cada time.

Em geral, os jogos da NFL acontecem em três horários possíveis: começo da tarde, meio da tarde e à noite, sendo esse último o destaque da transmissão da tv (normalmente). Durante a temporada (de setembro a março), as partidas são às quintas, domingos e segundas.

O Super Bowl (para quem quiser ver e já ir treinando para ver um jogo ao vivo), é sempre em um domingo, no horário nobre da costa leste americana. Por isso, dependendo de onde for a partida, pode estar claro ou escuro nos EUA. Mas sempre será à noite no Brasil.

A caminho do Levi’s Stadium

Muitos estádios ficam próximo às grandes cidades, mas não exatamente dentro delas. No nosso caso, a partida era no Levi’s Stadium, em Santa Clara, no norte da California. Home of the San Francisco 49ers. Nós estávamos hospedados em São Francisco, sem carro, então fomos de transporte público. No nosso caso, precisamos comprar um passe conjunto Caltrain + VTA Day para os dois trens que precisamos pegar. O primeiro era um trem tradicional, de viagem mesmo, tipo Amtrak, até a estação Mountain View. De lá, você pega um metrô de superfície até perto do estádio. E aí, foi nossa primeira parte divertida: metade das pessoas vestidas de vermelho-49ers, metade de verde-Packers. Todos cantando juntos no trem.

Na chegada ao estádio, atravessamos um estacionamento lotado de pessoas tailgating: fazendo o famoso “esquenta” no entorno dos carros antes de entrar. Mas não um esquenta de bebidas (esse se chama pre-gaming). Esse é um com churrasco, lanches, festinhas mesmo. O cheiro de hambúrguer era muito forte até entrarmos no estádio. haha

Como todo grande evento, a entrada estava cheia. Mas logo depois de checarem nosso ingresso, já ficou tranquilo de circular e de subir as muitas escadas rolantes até o nosso assento.

Touchdown! E outros momentos da partida

Antes do jogo começar, a parte “show” funciona a todo vapor. Para começar o dia, ganhamos água e, apesar do clima friozinho de São Francisco, protetor solar e labial por causa do sol forte. Tinha música alta e dançarinos no campo. Os jogadores do Golden State Warriors, o time de basquete da região que tinha vencido o campeonato da NBA poucas semanas antes, eram os convidados de honra para soar o alarme de início. Jogadores entraram em meio a muita música, anunciados um a um.

Um elemento que sempre me encanta é que a apresentação do hino dos Estados Unidos é sempre um show antes das partidas. Enquanto no Super Bowl, é um show mesmo (com Lady Gaga, Beyoncé, grupos musicais famosos…), durante a partida da temporada, costumam ser artistas locais ou homenageados. Lembro de ser um cantor com uma voz incrível! E, então, veio o kickoff!

Como falei, a arquibancada não é dividida por torcida. Então tinha celebrações e lamentos ao mesmo tempo, a cada jogada. Quando chegou o intervalo, teve mais show. O grupo de percussão Niner Noise fez eu me sentir num filme uma bela apresentação seguida de dançarinas marcando uma campanha de combate ao câncer de mama (era outubro, afinal). Devo admitir que a gente perdeu uma parte grande do terceiro tempo na fila do banheiro e da lanchonete. Mas não sei se já inventaram um jeito de não ter filas dessas em grandes eventos…

Vale a pena ver um jogo da NFL?

Nós ficamos umas 3 horas no estádio, mas passou voando. A sensação foi de ter passado mais rápido do que assistindo em casa, aliás. Pela tv, a cada reorganização do time, tem comercial, replays, muitas coisas para preencher o tempo. No estádio, você tem a chance de observar os jogadores se movimentando no campo, se reorganizando para o lance seguinte. Tem mais coisa para ver, mas que parecem muito mais inéditas do que uma propaganda.

Na hora de ir embora, deu tempo de parar em um dos andares intermediários e tirar mais umas fotos de lembrança desse dia no estádio. O caminho de volta para São Francisco foi menos animado, mas a sensação era de objetivo alcançado. A gente queria ver um jogo da NFL e conseguiu. Agora, a gente quer que tenha sido o primeiro de muitos.