Quando você pensa em ir para Tanzânia, tenho certeza de que um dos motivos é viajar até lá para fazer safári. Sim, vale lembrar que o país também tem outras atrações, como praias lindas (oi, Zanzibar!), mas ele é muito conhecido por abrigar o imenso Parque Nacional de Serengeti, onde há a maior migração terrestre de animais do mundo. Um dia de safári por lá pode parecer pouco, mas ao descobrir como é a experiência na Tanzânia, você entende o porquê de algumas horas bastarem pra tudo se tornar tão incrível. Duvida?
Reservando os safáris
Antes de mais nada, saiba que se você for fazer tudo por conta própria, como nós fizemos, vai ser difícil e dar trabalho kkkkkkry. Além disso, poderá ser um pouco complicado organizar sozinho todos os safáris que você quiser fazer (pelo menos foi comigo risos), mas o Viajão existe exatamente pra tentar facilitar os caminhos das pedras savanas pra você. \o/
Como já expliquei nesse post (recomendo que você leia ele primeiro e, depois, volte aqui), você precisa, primeiro, escolher o hotel onde vai ficar dentro do Serengeti – ou nos arredores dele. As equipes dos hotéis podem demorar dias e dias pra responder, ou seja estipule uns dois meses antes de viajar pra iniciar esse contato.
Antes de tudo, vale lembrar que eles se referem aos safáris como “game drives”, e que você vai pagar, na verdade, pelo CARRO que usará para a aventura dentro do parque. Nós pagamos US$ 200,00 por dia de uso, com um motorista, pra quatro pessoas – no jipe, cabiam sete passageiros ao todo. Nesse valor, não estão incluídas as (caras) taxas dos parques.
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Planejando uma viagem para a Tanzânia
Como organizar um safári na Tanzânia e quanto custa a aventura
Como se preparar para o dia do safári
Primeiramente, saiba que o normal será você acordar bem cedo, antes do amanhecer, e passar muitas horas dentro do jipe procurando animais com seu motorista. Por isso, leve uma jaqueta corta-vento (venta bastante e faz friozinho no Serengeti mesmo no verão), protetor solar, repelente contra mosquitos, óculos de sol e, principalmente, se tiver, uma câmera fotográfica com lente que alcance mais longe. Vai valer a pena, pode apostar.
Pergunte ao seu motorista se terá papel higiênico no jipe antes de começar a aventura. Isso é importante, ja que os safáris podem durar mais de OITO HORAS (o nosso durou 8h30) e fazer xixi só rola se for rápido, atrás do carro, no meio da estrada no parque, e onde o seu condutor achar seguro para tal. Lembre-se de levar uma sacolinha pra guardar seu lixo também dentro do jipe durante a experiência.
Normalmente, água mineral e almoço já serão oferecidos (confirme tudo assim que fechar os safáris com seu hotel). O almoço, aliás, é uma marmita que você comerá dentro do carro. Na nossa tinha arroz, carne moída, banana, suco, chocolate e bolachinhas. Estava boa, mas era bem básica.
Nas mais de oito horas do safári que fizemos, eu NÃO SAÍ DO CARRO! Não precisei “usar o banheiro” improvisado ao ar livre kkk Você vai se levantar e se sentar a todo momento, porque os jipes abrem em cima e têm vista panorâmica.
O mais difícil
O que achei bastante incômodo: o vento gelado e frio o tempo todo (mesmo com sol bombando) e as chacoalhadas gigantes que o jipe dava a todo momento! As estradas do Serengeti não têm interferência humana – e nem podem – por isso são de chão batido e muuuuito irregulares.
Os amortecedores até aguentam o tranco, mas não muito. Um dia de safári na Tanzânia pode ser desconfortável, mas tudo acaba compensando quando você vê aquele leão vindo tirar um cochilo encostado na roda do seu carro, a 50 cm de você haha 😛
Como é a experiência no Serengeti
O Parque é imenso e vai até a fronteira com o Quênia, então, dificilmente você conseguirá percorrer metade dele num só dia. Em alguns casos, é preciso circular bastante de carro pra avistar um animal apenas. Tenha paciência.
Você sairá do seu hotel e começará a aventura próximo dele já “caçando” algum animal com suas lentes.
Como é um dos maiores Parques de safári do mundo, não é difícil encontrar animais no Serengeti. Mas isso não significa que você verá bichos pra qualquer lado que olhar a todo momento. Nós chegamos a ficar uma hora inteirinha apenas num deslocamento entre um ponto e outro, chacoalhando no carro, tentando achar um suricato que fosse (aliás, não vimos os Timões, pena) e nada aparecia.
A dica que posso dar é: tenha paciência. E já marque uns dois dias de safári exatamente pra aumentar suas chances de ver os Big FIVE – os cinco mamíferos selvagens mais difíceis de serem caçados pelo homem: Leão, Elefante, Búfalo, Rinoceronte e Leopardo (este último foi o único que não conseguimos ver nos dois safáris que fizemos. Ele é considerado o mais difícil mesmo).
Avistando os animais
Assim que avistar algo, seu motorista vai parar o carro e até desligá-lo pra que você possa contemplar tudo à vontade e, normalmente, por quanto tempo você quiser.
No nosso caso, ele parava, desligava o motor, apontava pra gente onde os animais estavam e só voltava a ligar o jipe quando nós pedíamos pra que ele seguisse. Os condutores têm “olhos de lince” (desculpem o trocadilho) e descobrem os bichos no meio da relva, tamanha a experiência deles. É incrível!
Momento de sorte
Inclusive, numa das buscas por um leão visto ao longe, nosso motorista Andrew saiu da estrada e começou a andar em cima do mato. De repente, o que cruza a frente do nosso carro do nada, bem lentamente? Um guepardo (cheetah) maravilhoso!
Andrew parou o jipe ao lado do bicho, que sentou e ficou ali descansando bem pertinho. O motorista, então, avisou por rádio outros grupos de safári sobre a sorte que tínhamos tido (só existem uns 600 guepardos no Serengeti) e em minutos, pelo menos mais cinco carros chegaram para admirar o lindão.
Ficamos ali por mais uns bons minutos e fomos embora assim que o guepardo se levantou e resolveu sair caminhando de boas (deveria estar cansado e nem correu).
Sabe a diferença entre Guepardo e Leopardo?
Aparentemente, eles são bem parecidos, mas basta olhar para o rosto deles para diferenciá-los. O que tiver marcas descendo dos olhos, como se fossem lágrimas escorrendo, são os guepardos (cheetahs). Incrível, né?
Outra situação curiosa foi quando nos deparamos com um grupo de seis leões, onde já estavam dois carros com turistas. Nos aproximamos e eles mal se mexeram. Até que um deles se levantou, caminhou na moral de forma imponente, e foi deitar encostando a cabeça na roda do carro da frente. Outro deles veio na direção do nosso carro e se deitou na sombra, ao lado do pneu traseiro, a 50 cm de nós. E a vontade de passar a mão, como fica? Hahaha
Zebras! Zebras por todos os lados!
Nunca tinha visto e acho que nunca mais verei tanta zebra dividindo o mesmo espaço, ao mesmo tempo. Eram milhares e milhares, pra onde quer que olhássemos em alguns pontos do Serengeti. Uma das coisas mais lindas que já presenciei.
No meio delas, também estavam vários gnus. É o fenômeno da migração desses animais. Em fevereiro de 2024, eles estavam todos mais ao sul do Serengeti. Mas costumam fazer essa “caminhada” de ida e volta até o Parque Mara, no Quênia, ao longo do ano todo, procurando sempre grama verde e água.
O contato do nosso motorista
Nosso condutor ao longo de toda a aventura foi o Andrew. Ele fez esse dia de safári conosco no Serengeti e também o da Cratera de Ngorongoro. Depois, Andrew ainda nos levou até Moshi, cidade do Kilimanjaro. O Whatsapp dele é +255 69 273 8754 e você pode mandar mensagens em inglês. Ele pode te ajudar a definir um roteiro e dar valores.
O que achei de viver um dia de safári na Tanzânia
Gostei demais! Quando cai a ficha que você tá ali, vendo os animais livres, vivendo na selva sem interferirmos (muito) na rotina deles, a experiência se torna ainda mais maravilhosa. Não chegamos a ver um ataque de um animal a outro, mas vimos uma zebra já morta recentemente, só a carcaça deixada pelos leões e sendo devorada por corvos. Impressionou.
Além disso, também fomos encarados por enormes elefantes, surpreendidos por girafas no meio da estrada, enfrentamos engarrafamento de zebras no caminho, vimos hienas e chacais simpáticos, muitos pássaros diferentes, impalas amamentando filhotes, enfim, dezenas e dezenas de animais apenas vivendo suas vidas.
Apesar de cara, é uma experiência pra se fazer pelo menos uma vez na vida. E, se puder e tiver pique, faça mais dias de safári no Serengeti e em horários diferentes. Um, começando pela manhã. Outro, começando mais no meio do dia. Sempre haverá algo diferente a ser visto e admirado.
Nós faríamos dois dias, mas acabamos optando por somente um dia de safári no maior parque da Tanzânia e já valeu bastante a pena. Mudamos de ideia praticamente na hora pra ganharmos tempo para ir ao próximo safári, que fizemos na Cratera de Ngorongoro, a 140 km do Serengeti, outro ponto que você precisa visitar nesse país tão completo e acolhedor, mesmo cheio de bichos selvagens lutando pela vida todos os dias.
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