Quando a gente fala em Israel, sempre lembra do Mar Morto. Esse mar, na verdade, é um lago abastecido pelo rio Jordão. E a concentração de sal é de cerca de 33%, o que é quase dez vezes mais que no oceano. Ou seja, entrar na água é, basicamente, flutuar sem esforço. Você pode até tentar afundar, mas pra quê? A graça é experimentar a leveza de conseguir sentar na água.

Rachel flutuando no Mar Morto com pessoas e quiosque ao fundo.
E o que dizer da cor da água?

Como chegar no Mar Morto

O Mar Morto fica entre Israel, Jordânia e a Cisjordânia e está 430 metros abaixo do nível do mar. Ou seja, é o ponto mais baixo do mundo. Já estive lá duas vezes, ambas do lado de Israel. Fica bem pertinho de Jerusalém e de Tel Aviv (o que é longe em Israel, me diz?), com boas estradas no caminho. E dá para chegar de carro, de transporte público, ou do jeito que a maioria dos turistas faz: com passeios de um dia.

Em geral, esses tours saem bem cedinho em direção à Massada, que é uma fortaleza construída no século 30 a.C. Depois, seguem para um trecho do Mar Morto onde você pode usar praias particulares por um dia (paga para entrar, mas o ingresso costuma estar incluso no valor do tour). No fim da tarde, você está de volta para seu hotel em Jerusalém ou Tel Aviv. Custa cerca de 100 dólares, dependendo do que estiver incluso e qual o ponto de partida. Outro jeito é ir para a região de Ein Bokek, mais ao sul, onde há vários hotéis e praias públicas.

Fortaleza de pedra com o Mar Morto ao fundo.
Do alto da Massada dá pra ver o Mar Morto ao fundo – e sonhar com um banho de mar!

Eu já fiz os dois tipos de passeio (day trip em 2010 e uma parada a mais na excursão de 2018). Acho que ambos têm suas vantagens e desvantagens. Nas praias onde você usa a estrutura de clubes por um dia, tem mais turistas, mas é mais perto. Então é uma boa caso sua viagem esteja concentrada no centro e norte de Israel. Como meu destino era o sul, a pausa no hotel foi bem vinda. E ainda pude curtir uma praia um pouco mais vazia, também com boa estrutura e comprar várias máscaras faciais e ter uns dias de balneário e piscina.

Ah, e se for por conta, fique atento se há praias fechadas. Recentemente, algumas estradas e praias foram fechadas por causa de solapamentos, como a Ein Gedi.

Entrando na água

Duas coisas chamaram muito minha atenção ao entrar no Mar Morto: a textura da água, que é muito oleosa; e o chão de pedregulhos de sal. Isso mesmo. O fundo do lago é todo de pedrinhas – e pedras imensas e pesadas! – de sal.

Pedra de sal do Mar Morto maior que a palma de uma mão.
Vai um salzinho aí?

A água é um pouco gelada, eu confesso. Mas é um refresco bem vindo no calor do deserto. Tanto no inverno, quanto na primavera, deu pra entrar tranquilamente no mar.

Eu sei que você vai ficar tentado a experimentar a água. Eu também fiquei. Levei só o dedo à boca e já deu para sentir o gosto extremamente salgado e ruim da água. Mas tome cuidado para não dar um gole da água! A alta concentração de sódio, entre outros minerais, vai fazer muito mal para o seu organismo e você pode ficar doente de verdade.

Grandes pedras de sal no fundo do Mar Morto.
Esse é o fundo do Mar Morto. Dizer que dá pra tropeçar é pouco…

Além da fama de flutuação, o Mar Morto é conhecido pela sua lama, que as pessoas costumam passar no corpo e rosto para hidratar a pele. E essa lama é usada em vários produtos de beleza (alô, alô, Marina!).

Tecnicas para flutuar no Mar Morto

Você não precisa de nenhuma! É quase inevitável flutuar no Mar Morto. Tanto que a única instrução que você precisa é: vá entrando na água e, quando estiver com ela mais ou menos na altura do quadril, recline para trás devagar. A força da água já vai empurrar suas pernas para cima e pronto! Você está flutuando! Agora é só ter cuidado para o vento não te levar para a Jordânia para o fundo.

Rachel flutuando com as pernas dobradas no Mar Morto, em Israel.
Só faltou mesmo o livro…

A sensação é parecida com a das flutuações de Bonito. Com certeza quem sabe nadar vai achar fácil no começo, uma vez que é só boiar. Isso, até você tentar baixar os pés com aquele chinelo que falaram pra você usar por causa das pedrinhas de sal e não conseguir. E aí, você vai acabar virando de barriga pra baixo (como eu), e perceber que você está boiando nessa posição (como eu). E a brincadeira fica ainda mais divertida!

Portanto, minha dica de alguém que ficou girando na água por trinta segundos muito tempo é: pode entrar descalço mesmo.

O que fazer e o que não fazer

Com certeza, o guia que te levar até o Mar Morto vai passar essas orientações. E elas estão também em placas pelas praias. Mas é bom conhecer algumas delas antes e entender o porquê de obedecê-las.

  • A mais importante é que não pode mergulhar, nem afundar a cabeça na água. O motivo é a quantidade de sal, que vai irritar muito os olhos.
  • Além disso, não pode ficar muito tempo direto dentro d’água. Por isso, o ideal é ficar alguns minutos, sair, tomar uma ducha, se encher de lama do Mar Morto, deixar secar, voltar pro mar, e ir repetindo.
  • Ao entrar na água, você vai descobrir todo microcorte que tiver no corpo. E eles vão arder bastante! As cutículas foram meu maior incômodo. Por outro lado, eu tropecei a caminho do mar, ralei o joelho e não senti nada.
  • Também é bom deixar os acessórios no hotel. Jóias e relógios tendem a escurecer rápido no contato com a água super salgada.

Aí, e só flutuar…