Existem muitos motivos para visitar Washington, DC, nos Estados Unidos. A cidade é agradável e cheia de história, os museus do Smithsonian são incríveis e são grátis, sem contar os monumentos e construções que vemos tanto em noticiários e filmes (tipo uma tal casa que é toda de uma cor só…). Mas uma das atrações mais encantadoras da cidade só pode ser vista uma vez por ano: o National Cherry Blossom Festival, ou Festival Nacional das Cerejeiras.

Memorial ao Thomas Jefferson, em Washington D.C., à beira da Tidal Basin
Dá para aproveitar natureza e museu ao mesmo tempo, aliás…

A história

Em 1912, o prefeito de Tokio presenteou a cidade de Washington, DC com três mil pés de cerejeiras. Essas árvores, então, foram plantadas principalmente ao redor da Tidal Basin, que é uma espécie de lagoa formada junto ao rio Potomac. Por ali, também ficam os memoriais ao Thomas Jefferson, ao Franklin D. Roosevelt e ao Martin Luther King. Todo ano, é realizado um festival para comemorar a amizade com o Japão e a chegada da primavera. Hoje em dia, o National Park Service, que cuida dos parques federais dos Estados Unidos, estima em cerca de 3.800 cerejeiras no East e no West Potomac Park, além do entorno da Tidal Basin. São várias espécies diferentes, sendo que a mais comum por ali é a Yoshino, que tem flores brancas.

Galho de flores brancas de cerejeira

Agora imagine 3.800 árvores todas floridas por duas semanas…

Como não é possível determinar com muita antecedência quando as cerejeiras vão florescer, o Cherry Blossom Festival dura quatro fins-de-semana entre março e abril. As flores precisam de um pouco de calor para abrir e época da florada (bloom) começa oficialmente quando 20% das árvores da espécie Yoshino estão floridas. E quando chega a 70%, é considerado o pico da época das cerejeiras. Existe até um diário de observação na página oficial do festival e uma câmera de monitoramento (ambos em inglês).

Cerejeiras ao redor do Tidal Basin, em Washington D.C.

Programando-se

São realizados vários eventos para entreter ainda mais as mais de um milhão de pessoas que visitam a capital dos EUA para o festival. Muitos shows e performances artísticas grátis acontecem nos parques e em toda a cidade, sem contar alguns eventos pagos. Só que muitos turistas, inclusive americanos, visitam Washington, DC durante o período do festival. Por isso, os preços e lotação dos hotéis são de alta temporada no fim de março e começo de abril. É bom se programar com antecedência se você quiser a cidade durante o festival (ou fugir dele). 

Cerejeiras ao lado de calçada no Tidal Basin, uma lagoa em Washington DC
Ainda bem que tinha sombra!

Existem voos diretos para Washington D.C. saindo de São Paulo, mas os mais comuns são com escala. Também dá para pegar um trem de umas 3 horinhas a partir de Nova York. A oferta de hotéis é boa e dá para chegar tranquilamente de metrô até a área onde ficam as cerejeiras. Leve casaco (o inverno por ali é rigoroso e acaba em março). E tenha sempre protetor solar (porque quando o sol aparece, ele vem com força).

Cerejeiras por todos os lados

Os parques e o entorno da Tidal Basin são bastante caminháveis e cheios de gente, então dá para se deslocar por ali a pé sem problemas. Comece no ponto mais próximo ao Washington Memorial e ao National Mall. Que, aliás, é onde está a estação de metrô mais próxima, a Smithsonian Metro. Caminhe ao redor da lagoa, entrando e saindo dos memoriais e da sombra. Recomendo programar uma pausa no Jefferson Memorial, que tem trechos da Declaração da Independência dos EUA escritos nas paredes. 

Tidal Basin, lagoa em Washington, com o memorial a Thomas Jefferson ao fundo
Pausa para observar o Jefferson Memorial antes de terminar a volta ao redor da Tidal Basin…

No Japão, eles chamam essa época de florada das cerejeiras (sakuras) de hanami, que significa ‘olhar as flores’. É uma época de celebração ao ar livre. Então aproveite para sentar à beira d’água e se inspirar nos japoneses que presentearam Washington D.C. – e todos que visitam a cidade.