Para continuar essa série sobre viajar sozinha, queria falar de uma das melhores coisas, que é também a que mais preocupa: decidir o roteiro. Pra onde ir? A boa notícia é que você pode ir pra onde quiser, então esse é um bom ponto de partida. Pra onde você quer ir?

Destino dos sonhos

A primeira viagem que fiz sozinha foi pra realizar um sonho: fui pro Reino Unido, beber muito chá e não entender o sotaque dos taxistas em Liverpool. Como era um lugar que eu queria muito conhecer, acho que tive menos receio e ansiedade. E olha que foram 25 dias, vários trens (que eu nunca tinha usado antes), e nada de 3G. 

O copo de chá mais fofo que já vi, em algum parque de Londres

Claro que é muito importante pesquisar o destino para decidir se é algo que te deixa confortável de fazer desacompanhado. Falo de sensação de segurança, mas também do tipo de destino. Dos lugares que conheci até agora – com ou sem outras pessoas – voltaria para todos sozinha. Mas tem cidades que atraem mais grupos de viajantes, como Amsterdã e Las Vegas. E por mais que eu tenha me divertido em pub crawls, ir pra balada sozinha não é exatamente divertido. Então quando passava o momento mais “cultural” do dia, eu senti falta de ter alguém junto no rolê (mais em Las Vegas do que em Amsterdã, onde os museus são incríveis e me fizeram excelente companhia).

Infelizmente, cabe um alerta sobre alguns destinos, em especial, para mulheres viajando sozinhas. A gente ainda recebe umas olhadas estranhas e perguntas chatas do tipo: “seu marido deixou?” Alguns países tem regras específicas sobre aonde turistas podem e não podem ir, como se vestir, se casal pode andar de mãos dadas… Então pesquise se o seu destino tem regras desse tipo.

De olho no dinheiro…

Uma outra questão de decidir o destino é o orçamento. A viagem tem que caber no bolso, né? O câmbio ajudou na época da minha ida à Inglaterra, mas tem outra coisa boa sobre viajar sozinho que eu comentei no primeiro texto: você controla seus gastos. Pra essa viagem, por exemplo, optei por quartos com mais camas em hostel para poder ficar em regiões centrais, mais caras. E aproveitei que muitos museus de Londres são grátis pra comer em restaurantes.

Já em Brasília, onde o cronograma estava apertado, troquei almoço por lanche para ter mais tempo de conhecer o Congresso. E assim, vou montando os roteiros.

Como escolher a hospedagem

Eu falei que fiquei hospedada em hostel, e essa acaba sendo a opção mais econômica para quem viaja sozinho na maioria dos países. Costumo optar por quartos menores e com banheiro. Quartos com 4 camas só femininos ou masculinos costumam ser os mais caros. Da mesma forma, quartos mistos com 10 camas são os mais em conta. Em geral, escolho algo no meio do caminho. Já dei sorte de ficar em três pessoas num quarto com 8 camas. Já fiquei em quartos para 12 pessoas que estavam lotados. Eu sempre escolho regiões centrais, para poder usar transporte público ou ir a pé de um lado pro outro. 

Ainda bem que a área comum do hostel de Helsinque tinha gente legal, porque fiquei sozinha no quarto…

A melhor coisa na hora de escolher um hostel, é ler as opiniões de outros viajantes no Booking.com e no Hostelworld. Dá pra filtrar as avaliações por pessoas que disseram ter viajado sozinhas. Esses costumam ser os comentários mais equilibrados, sem hóspedes que deram notas baixas porque acharam estranho ter beliche no quarto compartilhado, ou não ter toalhas no banheiro.

Também já fiquei em hotel viajando sozinha, mas é raro, pois costuma ser mais caro que uma cama de hostel. O lado positivo é o conforto maior e a privacidade (ah, banheiro individual…). Mas acho mais difícil conhecer outros viajantes que não estejam por ali a trabalho.

Alternativa: quarto privado em hostel

Hoje em dia, tem muito hostel “boutique”, super arrumadinho. A cama do ClinkNOORD em Amsterdã, por exemplo, é uma das mais confortáveis que já encontrei pelo caminho. Mesmo no beliche de cima! E uma alternativa interessante é quarto particular em hostel. Você gasta um pouco mais, mas tem a privacidade do hotel em um ambiente de hostel, com mochileiros, cozinha e tudo mais.

Além do beliche confortável do ClinkNOORD, eu tinha 4 tomadas só pra mim!

Quando a gente viaja sozinha, percebe que tem muito mais gente sem companhia nos passeios do que imaginava. E sempre tem alguém pra, pelo menos, bater papo durante uma viagem de trem de seis horas rumo àquele lugar que você quer muito conhecer. É o melhor jeito de ticar a lista interminável de lugares que quero visitar, sozinha ou acompanhada. E você, tem vontade de fazer uma viagem solo? Pra onde iria?