Esse fim de semana, chegou ao Disney+ a animação Luca. A história se passa na cidade fictícia de Portorosso, na muito real Riviera Italiana. O filme é literalmente do tipo “peixe fora d’água”, sobre dois garotos (que, na verdade, são monstros marinhos) em um verão na Itália.

Para desenvolver os cenários e criar esse mundo fantástico, os produtores viajaram para cidades italianas, estudaram a arquitetura e a cultura local. Foram até jantar com os pais do diretor do filme, Enrico Casarosa, em Genoa. E para dar ainda mais essa ambientação de Itália, as vozes dos coadjuvantes que aparecem brincando no filme foram gravadas in loco, com crianças italianas. 

Depois de assistir aos lindos cenários do filme, fiquei pensando quais outras animações da Disney e da Pixar se passam em destinos tão realistas que fazem a gente achar que existem mesmo?

Viva – A vida é uma festa (México)

Começando a lista de destinos fictícios por um dos que acho mais realistas: “Viva – A Vida é uma Festa”. Esse é, talvez, o filme da Pixar que mais me faz chorar. Conta a história de Miguel e, num resumo bem curto, sua relação com a música, com a família e com os antepassados em um tradicional Día de Los Muertos. Os cenários são: o mundo dos mortos, inspirado na antiga cidade asteca de Tenochtitlán; e na cidade de Santa Cecilia, que foi criada com base em visitas dos artistas a vilarejos mexicanos.

Dá para reconhecer esse trabalho de pesquisa nessa dúvida que surge quando a gente assiste o filme: será que essa cidade é real? Infelizmente, ela é fictícia. Mas faz com que eu queira viajar para o México toda vez que assisto ao filme (nem que seja em outro bate-e-volta).

Um curta para dar uma ideia dos cenários deslumbrantes do filme.

Valente (Escócia)

Pelas paisagens, pelos personagens ruivos e pelo sotaque, a gente tem certeza que Valente se passa na Escócia. Para sermos mais específicos, nas Terras Altas da Escócia – as famosas Highlands. A história sobre a relação entre mãe e filha, entre destino e independência, se passa nos tempos medievais.

Além dessa distância histórica, os cenários foram criados a partir de diferentes regiões escocesas. Ou seja, são uma mistura de muitos elementos para criar um mundo escocês único para o filme. Porém, embora o Castelo de DunBroch não exista na vida real, dá para visitar um muito parecido – e que inspirou os artistas do filme: o Dunnottar Castle. Com ou sem bruxas, wisps e docinhos com glacê, a Escócia realmente vale a visita.

Trailer em inglês, pelo sotaque escocês delicioso

Moana (Polinésia)

Quando a gente estava nas Filipinas, foram explicar qual era o tipo de barco do passeio e falaram: “É como o da Moana.” E como é o barco da Moana? Bom, é um barco muito presente da Polinésia ao Havaí, que tem uma canoa central e estruturas laterais para equilíbrio.

O filme gira em torno da filha do líder de uma comunidade em uma ilha do Pacífico que sai em uma navegação para devolver uma pedra sagrada. Portanto, a animação reúne inspirações de diferentes ilhas da Polinésia para formar os cenários fictícios de Motonui. E qualquer lugar que você visite que tenha relações com a cultura polinésia, você vai encontrar elementos similares. Seja no Havaí, em Samoa, em Fiji ou na Nova Zelândia.

Agora dá uma olhada nos nossos barcos nas Filipinas:

Barco típico nas Filipinas que lembra os cenários fictícios de Moana.

E nesse barco de um passeio no Havaí:

Frozen (Escandinávia)

Arendelle não existe (exceto, talvez, no EPCOT). Mas os fiordes fictícios que aparecem em Frozen são o suficiente para me lembrar de algumas das paisagens mais lindas que já vi – na Noruega. As referências nórdicas estão muito presentes no filme, seja nas roupas ou na neve na presença de renas, muito comuns na cultura Sami do norte da Noruega, Suécia e Finlândia. Inclusive, Frozen II foi lançado com dublagem em um idioma Sami. Assim como em Moana, o filme reúne aspectos de diferentes regiões escandinavas para construir um lugar imaginário, mas inspirador. E, honestamente, como não sonhar como uma viagem à Noruega quando a gente vê a aurora boreal – mesmo em uma animação?

Para comparação, olha esse cenário nevado de uma caminhada minha em Tromsø:

A neve acumulada passava do joelho

Big Hero 6 (EUA? Japão?)

Se essa lista começou com um dos cenários fictícios mais reais dos filmes recentes da Disney, esse aqui é completamente imaginário. Big Hero 6 é um filme de super-heróis bem reais, que usam a tecnologia para conseguirem superar os obstáculos (com a ajuda de um robô literalmente muito fofo). O filme se passa na completamente irreal San Fransokyo, mas o nome já é um indicativo das duas cidades que você tem vontade de visitar ao final da história: São Francisco e Tóquio. Para quando o mundo permitir, vale dizer que um vôo de 12 horas é o que separa as duas cidades. 

A abertura do trailer é muito São Francisco:

E o conceito artístico divulgado na época mostra bem a mistura com a cultura oriental:

E aí, para qual desses destinos fictícios você adoraria fazer uma viagem real?