Antes desse período de distanciamento social começar, eu estava em uma fase de tentar desvendar como seriam as próximas férias. As vontades são muitas, afinal, tem muito lugar lindo para conhecer pelo Brasil e pelo mundo. Por ora, as viagens estão suspensas (algumas, inclusive, que já estavam compradas). Então o jeito tem sido aproveitar para planejar com mais calma a próxima aventura. E aí, decidi compartilhar aqui como eu calculo meus gastos de viagem.

Para muita gente, a parte mais chata de planejar uma viagem é fazer o orçamento. Você mal pensa em um destino e já vem a pergunta: “quanto será que eu vou gastar?”. Em tempos de dólar alto, então… Antes de sair procurando moedas nos bolsos dos casacos, um bom começo para calcular quanto custa uma viagem é entender os tipos de gastos que você irá encontrar, na ordem que terá que encará-los. 

A imagem mostra moedas e notas de diferentes países em um quadro.
Aquelas moedas que sobram no fundo da mala vão todas para meu cofre/quadro…

Os inevitáveis

De verdade, sabe o que você realmente precisa em uma viagem? Documentos. Nessa categoria, estão passaportes e RGs, vistos, seguros de saúde e, dependendo do destino, vacinas.

Se você pensa em viajar para fora do Brasil, comece pelo valor de um passaporte novo e o tempo que demora para ele ser emitido. Atualmente, o valor para um passaporte novo é de R$ 257,25 (tanto o primeiro passaporte, quanto quando o antigo vence). Esse é um dos gastos mais planejáveis – e mais inevitáveis. Mas a boa notícia é que você só vai precisar se preocupar com isso a cada 9 anos e meio. Dentro do Brasil e para alguns países da América do Sul, basta o RG. Mas tem que dar pra reconhecer pela foto, então veja se você não precisa renovar.

Modelo antigo de passaporte, com a capa verde, em vez da atual azul.
Meu primeiro passaporte segue guardado de lembrança…

Também pesquise se você precisa de visto para o seu destino e quanto custa. E ponha na lista qualquer vacina importante ou obrigatória (para a Tailândia, por exemplo, é exigida a de febre amarela). Se não tiver no posto de saúde, vai ter que pagar. Pelo menos, a emissão do certificado internacional de vacinação é grátis…

Seguro de viagem, a gente não cansa de dizer, é necessário sempre. (Você pode cotar com o nosso parceiro Seguros Promo. Reservando por este link, você garante sua tranquilidade e também ajuda o Viajão®. \o/)

Lá no podcast Viajão, tem uma conversa bem legal com o economista Samy Dana sobre o que interfere no valor do dólar. E ele contou que estipula um valor de gastos por dia para calcular o orçamento total. Uma boa dica!

Os necessários

Passagens e hospedagens caem nessa categoria e vão ser cerca de metade dos seus gastos. Não chegam a ser inevitáveis, já que pode ser uma viagem de carro (com seus custos próprios) ou ter aquele sofá amigo pra te acomodar. Mas você precisa ir, voltar, e dormir em algum lugar no meio-tempo. Quando a viagem incluir mais de um destino, calcule também os deslocamentos.

Esses são os principais itens do pacote de uma agência, por exemplo, e serão seu maior gasto na viagem (a menos que você queira renovar o guarda-roupas em Manhattan). O quanto você vai gastar com os hotéis depende do estilo da sua viagem. Pesquise muito em sites como booking.com e AirBNB para entender os valores médios e qual hospedagem melhor te atende. Já com a passagem, depende da época desejada e da antecedência com a qual você faz a compra.

Os variáveis

Esses talvez sejam os mais difíceis de calcular. Todo mundo precisa comer, certo? Mas quanto será que vou gastar? E pra comprar os ingressos das atrações? Quanto dinheiro eu levo? Será que passo no cartão?

Minha estratégia – e eu acho que é uma boa estratégia – é listar os passeios que não posso deixar de fazer. Caçada à aurora boreal, um dia com elefantes, uma caminhada na geleira Perito Moreno. Reserve o dinheiro para essas experiências. Afinal, não adianta ir para Orlando e não levar em conta o preço do ingresso da Disney e da Universal, né? 

Veja também se há algum city card ou city pass desses que inclui transporte público e entrada em museus, pois em muitos casos, vale a pena (em Oslo e Amsterdã, eu usei muito!). Expedições costumam incluir as principais experiências e pelo menos algumas refeições. Pesquise o que dizem outros viajões sobre preços de restaurantes no local. E não esqueça de calcular passagens de transporte público e corridas de táxi. 

Lugares com muitos museus e transporte público costumam ter passes que integram os dois. Mas é bom checar se o lugar que você quer conhecer está incluso!

Eu costumo entrar em sites de supermercados e de restaurantes para ver os preços. E checo também companhias de táxi, ou até mesmo simulações em aplicativos de transporte. Aí você terá uma base de gastos mínimos. (Lembre-se de deixar uma folga nessa conta ou ter um cartão para emergências!)

Em geral, esses custos são cerca de 30% do seu orçamento. Mas se for para o exterior, isso depende muito da cotação do dólar na época da viagem.

Os imprevistos

Tem quem ame fazer compras, então precisa calcular o dinheiro que levará para torrar gastar em roupas, cosméticos, eletrônicos, etc. Ou pode ser um restaurante especial que você queira conhecer. E é importante ter uma folga para os imprevistos, tipo um táxi extra ou uma noite a mais no hostel. Essa parte vai depender do que você já pagou ou parcelou no Brasil, o que não está incluso no seu pacote ou planejamento e o quanto você pode gastar. 

Porque, no final das contas, só você sabe o seu limite de gastos. Não se arrependa de comprar algo que é importante pra você, nem de deixar de fazer algo porque não coube no seu orçamento. A viagem é sua e o mais importante é você vivê-la do seu jeito.