Se você tem vontade de visitar a Índia e já comentou isso com alguém, certamente ouviu e viu reações bem diferentes: “nossa! Índia?! Tem certeza?!”, “Que demais, deve ser sensacional!”, “Boa viagem, mas cuida com a água, com a comida, leve remédios”…

Camiseta do Viajão e Taj Mahal ao fundo

Planeje sua viagem

1. Como montar seu roteiro pelo país
2. Quanto custa viajar pela Índia?
3. O que saber antes de ir à Índia: água, comida, motorista
4. Roteiro completo em Nova Delhi
5. Jaipur: a cidade rosa dos marajás 
6. Pushkar, a cidade good vibes e seu lago sagrado 
7. Visitando o Taj Mahal
8. Rishikesh: a cidade indiana que vai além do ioga
9. Varanasi: o lugar mais sagrado do hinduísmo?

É um país tão complicado assim?

Pode até ser se você não estiver preparado. Mas, pensando em tudo isso, resolvi elencar algumas coisas bem importantes que você precisa saber antes de ir pra Índia, ainda mais porque se trata de um país tão diferente do nosso. São tópicos que devem te ajudar desde a preparação das malas até o desembarque por lá.

Pode apostar que este lugar espetacular não é esse bicho de sete cabeças todo, não.

1) Emita o visto

A Índia exige visto para brasileiros que querem visitá-la. Você pode tirar o visto diretamente numa embaixada da Índia no Brasil ou pela internet, o que é muito prático. O e-visa só vai te exigir um tempinho na hora de preencher o formulário.

Antes de mais nada é importante saber que o seu passaporte tem que ter validade de pelo menos seis meses, contando o dia que você pretende sair do Brasil. Enfim, já fique de olho nisso antes de organizar a viagem.

Pra solicitar o e-visa, pela internet, você deve acessar esse site e fazer o pedido no mínimo quatro dias antes de chegar na Índia e, no máximo, 120 dias antes da viagem.

Logo depois de preencher todo o formulário no site (incluindo os dados do seu passaporte), você também precisa anexar uma foto do seu rosto, com fundo branco e o formato exato exigido. Pode tirar a foto com seu celular mesmo, só precisa ser clara e de boa qualidade.

Autorização impressa: levar este papel para o agente imigratório!

Dessa forma, a resposta vem por e-mail e costuma chegar em 24h! Mas atenção, porque você receberá apenas uma autorização. O visto, de fato, será emitido na imigração indiana. Por isso, leve essa autorização IMPRESSA e entregue pro agente imigratório quando chegar lá.

2) Contrate um motorista

Já de antemão, imagino que sua chegada na Índia deva ser por Délhi, certo? E que, de lá, você deve querer fazer o Triângulo Dourado – como é chamada a rota entre Délhi, Jaipur e Agra (cidade do Taj Mahal <3 ).

As estradas que conectam essas cidades são ótimas rodovias expressas, com várias pistas, asfalto (concreto) impecável, sem buracos! Mas a mão na Índia é a inglesa (não estamos tão acostumados a dirigir assim, certo?). Por isso, contratar um motorista pra fazer essa rota é uma boa pedida pra não se estressar e fazer as coisas com mais tranquilidade.

Viajando com motorista contratado na Índia
O “figura” Rahul e nós três: passamos cinco dias juntos.

A meses de viajar, contatamos o Rahul, que havia sido indicado por um amigo. O cara é sensacional, honesto, justo e ainda dá uma de guia quando precisa. Rahul fala muito bem o inglês, recomendo se você quiser um motorista e, também, um indiano divertido pra te contar histórias e fazer você se sentir parte da Índia.

O contato do Rahul

Desde já, anote o telefone dele: +91 98188 10373. Pode mandar WhatsApp (em inglês) ou entrar em contato com o Rahul pelo Instagram: @driveindia.ok. Fale que nós, brasileiros que viajamos com ele em novembro de 2018, o indicamos a você. Ou pode dizer que é a galera do @blogviajao 😛

Pagamos pro Rahul 15.300 rúpias pra fazer o Triângulo Dourado em três pessoas, o que deu uns USD 215 no total! Juntamente com esse valor já estavam incluídos os pedágios, estacionamentos, taxas extras e as hospedagens dele. Por isso, questione tudo isso antes de bater o martelo com o motorista.

Ele ficou conosco por cinco dias inteiros, nos pegava no hotel, nos esperava nos lugares e nos sugeriu visitar também outra cidade, Pushkar, que recomendo muito! Fica perto de Jaipur, fizemos um bate-volta. Pra essa ida extra, ele nos cobrou mais 3.500 rúpias no total (USD 50). Valeu muito, reserve um dia pra essa cidade também.

3) Troque dinheiro já no aeroporto

Logo depois que passar pela imigração e sair da área pra pegar as bagagens despachadas, procure por um lugar pra trocar dinheiro e faça isso. Quer dizer, troque uma parte do dinheiro. Sabe por quê?

É que achar Exchange nas ruas das cidades indianas é uma tarefa difícil e que vai te exigir paciência! Sofremos com isso logo em Délhi assim que chegamos. Era um domingo, fim de tarde e estava tudo, praticamente, fechado.

4) Compre chip de celular no aeroporto

Não deixe de fazer isso se quiser ter um celular conectado durante sua jornada na Índia. Já contrate, de antemão, no aeroporto, mesmo pagando um pouco mais caro.

Se deixar pra comprar um chip com internet na rua, vai sofrer um pouco. Inclusive, eles exigem um cadastro imenso e ainda pedem pra que você tenha um contato indiano por perto pra validar… Enfim, é bem burocrático. E a ativação pode demorar umas duas horas ainda por cima!

Ah, além disso, nem se iluda muito em pegar Wi-Fi de restaurantes e outros lugares (incluindo aeroporto). Na maioria desses locais, você terá de fornecer um número indiano pra receber um código e, então, poder se conectar à internet. Por duas vezes, acabei pedindo pra algum indiano que estava perto de mim a gentileza de receber o código no seu próprio celular.

Por isso, se quiser evitar aborrecimentos, já saia do aeroporto com sua internet bombando no celular!

Vale lembrar que, na Índia, você terá direito a “gigas” de internet por DIA. Por exemplo, se você contratar um chip pra ter internet 4G por 15 dias, saiba que estarão disponíveis 2Gb de internet por dia. Se estourar, para de funcionar e renova no dia seguinte, com mais 2Gb e assim por diante.

5) Negocie tudo

Os indianos têm por esporte negociar! Então, não é exagero dizer pra você negociar TUDO! Do tuk-tuk que vai pegar na rua até o preço de algo que você queira comprar. Nunca o primeiro valor que te passarem será o oficial.

Passeando de tuk-tuk em Varanasi: preço negociado antes de embarcar
Negocie o preço do tuk-tuk antes de embarcar

Logo após negar o primeiro valor, eles vão perguntar o quanto você quer pagar. Pode jogar uns 50% menos que o sucesso é garantido. Apesar da brincadeira ser até divertida no começo, depois cansa. Só que é do jogo se você quiser economizar algumas rúpias.

Continue planejando sua viagem

Como montar seu roteiro pelo país (em breve)

Quanto custa viajar pela Índia?

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Varanasi: o lugar mais sagrado do hinduísmo

6) Cuidado com a água

Antes de ir pra lá, ouvi de muita gente pra ter cuidado com a água (tanto a da torneira quanto a mineral!). Por mais que me disseram pra só escovar os dentes com água mineral, nunca com a da torneira, acabei desistindo disso já no segundo dia. Estava num hotel, a água da torneira não cheirava mal, parecia bem limpa e deu tudo certo! Não passei mal por causa disso!

O que você precisa saber é que você não pode BEBER água da torneira. Agora, escovar os dentes ou enxaguar a boca, não tem muito problema, desde que no hotel, por exemplo. Vai do seu bom senso.

Sobre água mineral: sempre veja se a tampa está lacrada na hora de comprar. Aquele segundo lacre, de plástico, por cima da tampa, vimos mais em Rishikesh. Mas só o lacre normal, de plástico duro, já garante. E compre água em restaurantes ou mercadinhos – é mais garantido.

7) Será difícil encontrar mercados

Falei de mercadinhos, né? Eles são “inhos” mesmo. No Triângulo Dourado, você não vai encontrar supermercados ou aqueles do tipo Seven Eleven.

Normalmente, nas ruas, têm lojinhas que vendem algumas coisas: tipo chocolate, água. Ou farmácias, que são do estilo “bancada” – o vendedor fica dentro e o cliente escolhe os produtos da calçada.

8) Cerveja? Só em lugares específicos

Na Índia, pra comprar bebida alcoólica, você precisa ir às “Wine Shops”. São lojas específicas, que só vendem bebidas alcoólicas. Muitas vezes, encontrá-las exige paciência e muita caminhada.

Essas lojas vendem vinhos, cervejas, whiskies… E em várias cidades (pra não dizer todas), tipo Varanasi, você não pode beber na rua! Quando comprar a bebida na loja, terá que transportá-la embrulhada.

A maioria dos restaurantes também não vende bebida alcoólica. São os “family restaurants”. Em restaurantes de hotéis, encontramos cerveja. Pergunte antes, pra evitar frustração, se estiver com aquela vontade.

9) Poluição do ar

O ar nas cidades do Triângulo Dourado (Délhi, Jaipur e Agra) costuma ser muito poluído. Mas é MUITO MESMO, de arder olhos, nariz, garganta e ser difícil de respirar.

Senhora mexe na bolsa em meio à poluição de Délhi
Foto: Eduardo Anizelli / Viajão

Você conseguirá ver a poluição flutuando na sua frente. É tipo um pó denso, voando pra lá e pra cá o tempo todo. Leve soro fisiológico pra inalar, use aquelas máscaras na rua e assoe bastante o nariz.

Cheguei a ficar “gripado” e com a garganta ardendo já nos dois primeiros dias em Délhi.

10) E a comida?

Tente evitar as comidas de rua pra não passar mal. Aconselho você a sempre comer em restaurantes.

Pesquise sobre os restaurantes que estão perto de você. Use aplicativos como TripAdvisor e FourSquare. Lá dá pra ler comentários de quem já visitou os lugares.

Narguillé e um prato de curry indiano
Em alguns restaurantes, o narguillé (ou xixa) é oferecido junto com a comida

E prepare-se pra uma explosão de sabores! A comida indiana é realmente deliciosa! Destaque pro Palak Paneer (queijo com molho de espinafre), Paneer Dosa (casca crocante recheada com queijo e cebola), todos os Naans (pãezinhos indianos de vários tipos) e a infinidade de curries <3

Você sabia que o Viajão tem podcast? Clique aqui e saiba como ouvir nossas aventuras de viagem.

11) A comida é muito apimentada?

Sim. Mas como eu sempre adorei pimenta e costumo comer comida bastante apimentada no Brasil, te juro que esperava que ela fosse muito mais “quente” na Índia. No meu caso, não achei insuportável, não. Talvez tenham pegado leve, mesmo quando pedíamos apimentado. 😉

Sei que muita gente pode achar forte demais a pimenta por lá. Por isso, se você não tolera muito, peça sem pimenta (“no spicy”) pro garçom. Ele vai entender. Porém, tem um detalhe: mesmo pedindo sem pimenta, pode ser que a comida venha um pouco “quente”. Mesmo assim, será uma delícia, pode apostar.

12) O que vestir?

É bem difícil encontrar um indiano de bermuda ou uma indiana com roupa curta. Se você for homem, até pode usar bermuda, mas prefira as mais compridas, na altura do joelho.

Se for mulher, evite saias curtas, shorts e opte por calças. Será mais adequado e chamará menos atenção, mesmo no calor.

Aliás, escolha meias escuras e sapatos fechados (tênis, de preferência) pra bater perna. Tem muita lama e muita poeira nas ruas, será mais prático assim. E se precisar tirá-los pra visitar algum templo, pode guardar em lugares específicos, que costumam ficar na entrada desses lugares.

13) Tenha paciência pra tirar muitas selfies

Não será difícil um indiano pedir pra tirar uma foto com você. Eles te abordam na rua mesmo, muitas vezes de forma tímida, apenas pra registrar uma selfie.

Indianos pedem pra tirar várias fotos com ocidentais
Foto com indianos simpáticos em Rishikesh

Temos aparência diferente pra eles, e isso chama atenção. Eles ficam curiosos com cor de cabelo, olho, formato do rosto. A “brincadeira” é divertida e, também, uma forma de você conseguir um contato mais próximo com alguém de lá. A propósito, aproveite pra também pedir uma foto com eles. Você vai se encantar com a simpatia do povo indiano. Que saudades da “competição de selfies” kkk

14) Vá de cabeça livre e ignore os pré-conceitos

Difícil chegar à Índia sem aquela quantidade gigante de recomendações de todo mundo (acabei de te dar várias aqui RISOS). Por isso, tente filtrar ao máximo tudo o que ouviu e leu e prepare-se pra viver a SUA viagem e o seu momento.

Indianos se banham em templo Sikh
Indianos se banham em templo Sikh

Tenho certeza que você vai se encantar com as comidas, os lugares, o povo, as cores, os cheiros… Um país de realidade tão diferente da nossa acaba encantando de alguma forma. Descubra-se por lá! Vale a pena e você já estará pensando quando vai querer voltar. Boa viagem! Namaste!

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