Jaipur era uma das cidades que eu mais queria conhecer na Índia. Acho que é porque na minha cabeça essa é uma das cidades que mais tem a “cara” do país. Tanto que ela é muito retrata em filmes, livros, documentários… Provavelmente você já viu alguma imagem da famosa cidade rosa em algum momento.

E Jaipur é mesmo fascinante. É uma mistura caótica que só a Índia proporciona. As ruas são lotadas e engarrafadas o dia todo, contrastando com as construções históricas e com as cores, que são maravilhosas!

Jaipur é a capital do Rajastão (estado que também abriga o famoso deserto do Rajastão). E é uma das cidades que compõe o o triângulo dourado, ou seja, as três principais cidades visitadas pela maioria dos turistas de primeira viagem pelo país. As outras duas são Nova Delhi e Agra.

Planeje sua viagem para a Índia

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E por que Jaipur é rosa?

Para começar, apenas as construções da cidade antiga, bem no centrinho, são pintados de rosa. Fora dela não. O tom é esse rosa terracota, que já virou símbolo da cidade.

E tudo começou em 1876, quando o Marajá (uma espécie de título real) Sawai Ram Singh receberia a visita do príncipe Alberto, do País de Gales. Para estreitar relações, o Marajá resolveu pintar toda a cidade de rosa, cor que historicamente representa hospitalidade e boas vindas.

Singh gostou tanto do resultado que no ano seguinte sancionou a lei que torna obrigatório o tom terracota para as construções da cidade. E até hoje é assim. 

Quantos dias ficar?

Jaipur tem muitas atrações incríveis e considero interessante ficar pelo menos dois dias inteiros por lá. Se você tiver três dias inteiros, melhor ainda. Aí dá para fazer um bate e volta até Pushkar (a 150 km de Jaipur), uma outra cidade que eu amei conhecer. Nós fizemos todo esse rolê de carro, com motorista. 

E agora vamos às atrações!

Hawa Mahal

O cartão postal de Jaipur, também conhecido como Palácio dos Ventos, é da época do mesmo Marajá que pintou a cidade de rosa. O Hawa Mahal foi construído para que as mulheres que faziam parte da corte pudessem observar a cidade sem serem vistas. A atração fica bem no centro da cidade, numa rua movimentadíssima e não há muito recuo para conseguir tirar fotos. O melhor a fazer é tentar chegar cedinho por lá, para disputar o espaço com menos gente. O acesso a essa área é gratuito.

Dica extra: do outro lado da rua, há um café que fica em um prédio com sacada. Se consumir algo lá, você tem um ângulo privilegiado para fotos. Na hora fiquei com preguiça e desisti da empreitada. Além disso, também descobri que dá para ver o Hawa Mahal pelo outro lado, e dá para entrar também. Como sempre digo por aqui, aprenda com meus erros! Depois me arrependi tanto de não ter subido no café como de não ter atravessado para ver o palácio do outro lado… Fica para a próxima.

City Palace

Bem pertinho dali, a uns cinco minutos andando, fica o City Palace. A construção também é da época do mesmo Marajá e é liiiinda! Parece que você entrou em algum filme – já que o City Palace antigamente funcionava como a residência real. É cheio de detalhes e tem muita coisa bonita para explorar – jardins, arquitetura, pinturas nas paredes. Mas no geral, é uma visita rápida. E incrível! Ah, a entrada para estrangeiros custa 500 rúpias (cerca de US$ 6,60, câmbio em maio de 2020).

Amber fort

Bom, continuando com as atrações em que parece que você entrou em um filme – mas é a vida real – temos o Amber Fort. Ele fica localizado no topo de uma colina em Amber, que é uma cidadezinha colada com Jaipur. Fica a 10 km mais ou menos do centro.

As construções lá dentro também são maravilhosas. E com uma vantagem: como o forte fica no alto, várias delas oferecem uma visão incrível de Jaipur. A entrada custa 500 rúpias (cerca de US$ 6,60 dólares).

Alerta: há uma subida para chegar até o forte. Dá para fazer a pé tranquilamente. Nesse mesmo caminho, há elefantes que levam os turistas até lá em cima. Mas a gente do Viajão não recomenda esse tipo de turismo que explora animais, ok? 

Nahargarth fort

Construído em cima de outra colina, em 1734, fica o Nahargarth Fort. É um lugar muito interessante! Lá dentro a gente tem a impressão de quase estar em um labirinto. Ah, lá no topo tem um lugar incrível para ver o por do sol. Mas cuidado com os pertences como óculos de sol – e segure bem o celular! Isso porque tem muitos macacos lá em cima e eles adoram pegar coisas dos turistas. A entrada custa 200 rúpias (cerca de US$ 2,60).

Birla mandir

Lá dentro é proibido fotografar.

Construído inteiro em mármore branco, o Birla Mandir é um templo hindu dedicado à deusa Lakshmi e a Vishnu (uma das principais deidades do hinduísmo). O templo é impressionante! E uma curiosidade: como é todo de mármore e é preciso tirar os sapatos, o chão fica muuuito gelado! 

Patrika Gate

O Patrika Gate nada mais é do que um portão de entrada para um parque (o Jawahar Circle Garden). Mas é lindo! E, pelo menos quando fomos, não tinha ninguém por lá. Isso porque o local não faz parte da rota mais tradicional dos pontos turísticos. Mas juro que vale a pena. É uma visita rápida, mas rende ótimas fotos. Pudemos observar tudo com calma e ainda dar uma olhada no parque.

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Saindo de Jaipur…

Como comentei lá em cima, fizemos todo esse trajeto de carro. De Nova Delhi fomos para Jaipur, de Jaipur fomos para Agra. Na saída para Agra, paramos em alguns pontos que já ficam no caminho para fora da cidade, mas que são muito interessantes. 

Dica extra: também próximo à saída da cidade fica o tradicional Lassiwala. Como o nome indica, é um local que prepara lassi, a clássica bebida (que lembra um iogurte) indiana. O estabelecimento existe desde 1944 e é famoso pelos copos de argila, que depois começaram a ser usados por todo lugar. Ah, o lassi é uma delícia, sim!

Templo dos macacos

Originalmente batizado de Templo de Galtaji, esse é, na verdade, um complexo de templos hindus. E vocês já devem imaginar o porquê de ele ser chamado de Templo dos Macacos hoje em dia, certo? Sim, uma colônia enorme de símios mora por lá. 

Apesar de ser uma atração bastante conhecida, achei a atmosfera do lugar muito local! Talvez seja porque chegamos lá no meio de uma cerimônia. Até por isso não fiz fotos por lá. Era uma coisa super íntima dos hindus, me senti um pouco invadindo o momento deles. Eles se banham nas piscinas que tem ali, muitos sem roupa. E na hora que fomos, havia um total de três turistas. No caso eu, Xóia e Anizelli haha. 

Chand Baori

O Chand Baori é um… Poço! O Rajastão é um estado que tem uma estação muito quente e seca que se alterna com monções de chuva forte. Por isso, no ano 800 foi iniciada essa construção que é como se fosse um buraco. Todas as paredes são cercadas de escadas e, no fundo, ficava o poço. Assim, eles conseguiam armazenar por mais tempo a água das chuvas e conseguiam também se refugiar do calor na estação seca. Isso porque na parte debaixo, descendo os degraus, a temperatura é alguns graus mais baixa do que na superfície. 

Não tem ninguém nos degraus porque hoje em dia é proibido andar por ali, infelizmente.

É muito interessante! E se você achou a paisagem um pouco familiar, talvez seja porque o Chand Baori apareceu em um dos filmes do Batman (O Cavaleiro das Trevas Ressurge). É onde o Christian Bale fica preso, lembram? Dá uma olhada aqui embaixo. 

Harshad Mata Temple

Bem ali do lado fica minha última sugestão de atração em Jaipur. É o Harshad Mata Temple que, apesar de ainda funcionar como templo (vimos vários indianos circulando por lá), é praticamente um sítio arqueológico. A construção data do século IIX ou IX e é cheia de esculturas em pedra, apesar de muitas delas terem sido levadas para museus em Jaipur e Amber. 

Ufa! Espero que tenham curtido as dicas e sugestões. Eu adoraria voltar a Jaipur e explorar mais a cidade, que é muito rica em cultura, arquitetura e cores. Ah, lembre-se também de que é super importante fazer seguro viagem antes de qualquer viagem internacional, certo