Fefo, Fefe, Fernandinho ou apenas Fernando de Souza. Leitor do Viajão desde sempre e meu bróder, hoje ele vem na humildade contar nos mínimos detalhes a viagem alucinante que é ir para o Fim do Mundo, ou melhor dizendo, Ushuaia na Argentina. Sensacional Fefe! Valeu pelas dicas! E pra você que quer ser um Colaborão aqui no Viajão, só mandar sua história pro souviajao@gmail.com. Aquele abraço!

 

Rumo ao fim do mundo. Explorando a beleza da Patagônia.

Há diversos lugares por aí que se denominam “o fim do mundo”, mas na minha opinião, Ushuaia deveria ser o único. Não só pelo fato de ser a última cidade antes da Antártida, mas pela beleza natural indescritível e não encontrada em qualquer lugar.

Bom, a mochilão pela Patagônia, começa na tradicional Buenos Aires, que dispensa comentários. Onde eu e mais dois amigos começamos nossa aventura para Terra do Fogo. (B.A. não será citada por mim, pois é digna de um post só para ela, o quê provavelmente já tenha por aqui). A primeira parada é em Puerto Madryn, uma cidade litorânea, que encanta pela paisagem e pelo apelo cultural. Aliás, na maioria das cidades da Argentina, a cultura é muito apoiada e incentivada em praças e até pelas ruas das cidades. Assim, não é difícil encontrar shows e artistas de rua fazendo seu trabalho e reunindo milhares de pessoas em volta. A melhor parte dessa cidade é que fica perto da Península Valdés, um lugar muito bem recomendado por mim pela forte variedade de espécies de animais marinhos e aves de migração. Para quem gosta de fotografia é um lugar obrigatório. Vale a pena fazer um dos passeios de van que duram o dia todo. Parando em pontos em que se encontram animais como: lobos marinhos, leões marinhos, focas, pinguins, elefantes marinhos e até baleias. Em novembro as baleias orcas vem até a praia para caçar as focas e demais animais que dão bobeira. Infelizmente não consegui pegar a época que elas aparecem.


Vista de Puerto Madryn e os shows no meio da praça.

Fauna Marinha de Puerto Pirámides – Península Valdés.

 

A segunda cidade do roteiro desse mochilão é a então esperada Ushuaia. (Sim, não conseguimos conter a ansiedade e partimos direto para o objetivo principal da viagem: chegar ao fim do mundo. Claro, que depois subimos o mapa passando por outras cidades importantes.

A chegada ao fim do mundo, foi difícil, como já era de se esperar. Durante o trajeto a estrada passa pela fronteira com o Chile, o famoso Estreito de magalhães. Essa fronteira foi um pouco complicada pela quantidade de gente que iria atravessar, demoramos 5 horas na fila. Logo depois, a travessia do Estreito que liga o Continente com a Terra do Fogo, é feita por um ferry boat que merece destaque pelos Golfinhos que seguem o barco até o outro lado e dão um show para os turistas.


Placas do Estreito de Magalhães e o Ferry Boat.
 

Golfinhos durante a travessia.

 

A cidade em si, é bonita e elegante. Uma cidade que tem um porto importante, comidas típicas, passeios para todos os gostos, lugares lindos e vento, muito vento. Aliás, a Patagônia em si tem ventos muito fortes. Então, para quem não gosta de frio, como eu, o jeito é se agasalhar muito. E claro, tomar um bom vinho argentino acompanhado de uma tábua de frios. Vista da cidade:

Um ponto engraçado da cidade é que anoitece por volta das 23h30 e amanhece as 4h. Então, a maioria dos Hostel tem cortina Blackout para todos conseguirem dormir. Fizemos um passeio de barco para conhecer o Farol e um pouco da fauna da cidade. Destaque para os passeios para a Antártida, que duram em média duas semanas. Infelizmente por motivos de tempo e dinheiro, eu não pude fazer. Em conversa no Hostel, com um Israelense que tinha rodado o mundo, as palavras dele foram as seguintes: “Lugar mais incrível que estive em todo o planeta.” Aqui algumas fotos, do meu passeio de barco, nas redondezas da cidade:

Outro passeio que recomendo é a trilha do Parque Nacional da Terra do Fogo. Pra quem gosta de caminhar, a trilha tem cerca de 15 km. Cansativa e difícil, mas os visuais e os animais compensam o cansaço.


Caracara Plancus e cavalos selvagens.

 

Recomendo esse Hostel em Ushuaia. Além, de muito bom, tem várias dicas do que fazer por lá no site deles.

Subindo o mapa. Começando a retornar do fim do mundo, parada recomendada é El Calafate. Cidade que fica próximo ao Perito Moreno, um dos glacias mais famosos do mundo e o segundo objetivo da nossa viagem. Um fato curioso é a quantidade de pequenos Icebergs que estão derretendo e ficam próximos ao Perito Moreno. É possível fazer Trekking pelo Glacial, porém devido ao mau tempo no dia, não consegui fazer.


Pedaço de um iceberg próximo ao Perito Moreno.
 

Perito Moreno.
 

Outra cidade que merece a visita é El Chaltén. Lá consegui fazer um passeio de Trekking pelo Glacial Viedma, para compensar o que não fiz no Perito Moreno. A cidade é linda e bastante turística. Há muitas trilhas e lugares bonitos para visitar. Recomendo aqui alguns dias a mais para quem gosta de aventura. As trilhas são inúmeras, assim como os passeios. Destaque, também, para a famosa Montanha Fitz Roy e pelos ventos de 70km/h que presenciei. Infelizmente, não consegui visitar de perto a montanha pelo curto tempo que tinha para retornar ao Brasil.


Trekking pelo Glacial Viedma.

A viagem ainda passa por El Bolsón, uma cidade pequena, porém com bastante eventos culturais no centro da cidade. Recomendo a visita ao Parque Nacional do Lago Pueblos. Um lugar muito bonito e que tem alguma trilhas para fazer. Por fim, passamos por Bariloche, outra tradicional cidade para quem vai para a Argentina. Porém como estava fora da época de neve, acredito que não sou a melhor pessoa para falar dos melhores locais de visita, mas recomendo uma visita as diversas lojas de chocolates. Em especial a “Chocolates Del Turista”.

Bom, espero que posso ter dado boas recomendações para quem procura um mochilão com lugares diferentes das tradicionais viagens para Europa. O que vi mochilando pela Patagônia foi algo mágico.